O modo com as organizações vencerão dentro da nova dinâmica digital traz características diferentes de como organizações do passado venceram. Serão mais ágeis, com equipes mais tolerantes a erros, menos níveis hierárquicos, tomadas de decisão mais descentralizadas, sem barreiras entre as áreas, grande agenda de adaptabilidade e a tecnologia como protagonista. No cenário de transformação em curso, até os novos colaboradores já chegam com perfil diferente às empresas neste momento.
A visão é do executivo Flavio Dias, com mais de 20 anos de experiência na evolução do varejo digital no país, em cargos de liderança em empresas como a Via Varejo, Cnova, Banco Original, Walmat.com, Magazine Luiza e Phillips Consumer Electronics. “Não há como manter os mesmos processos”, complementa o executivo, que também participa de Conselhos Empresariais e é investidor em Startups.
Dias participou em junho do primeiro webinar da série GIC Amplia WebTalk. O tema foi ‘A transformação do varejo e o papel das lideranças frente aos desafios digitais e humanos’, promovido pela GIC Brasil, empresa de inovação e tecnologia para o varejo alimentar. O evento reuniu empresários, executivos e especialistas no setor e tem uma segunda edição prevista para agosto, com o tema Excelência na gestão: estoque ideal e combate à ruptura’.
Na prática, hoje o consumidor pesquisa, paga e compra de forma diferente do que no passado. As novas tendências de consumo digital foram ainda mais reforçadas com a pandemia da COVID-19 em todas as regiões. Empresas que nasceram em meio ao processo de transformação, que já vinha antes da crise sanitária, já incorporam o novo mindset. Empresas mais antigas, por vezes de maior porte, com uma cultura tradicional e excessivamente hierarquizada, tendem enfrentar um esforço maior de adaptação.
O processo de transformação digital deve engajar todos na empresa, mas, principalmente, começar pelo CEO da companhia, de forma autêntica e dedicada. O processo envolve identificar as lideranças internas dispostas a superar antigos padrões e paradigmas, bem como os que naturalmente tenderão a evitar o processo e puxar o freio de mão da evolução. Exigente, aberto a ousar e experimentar, o consumidor dá sinais claros e já está puxando o fio da transformação: é preciso olhar para isso.
“Nos processos de transformação que tive a oportunidade de participar e liderar, algumas coisas fizeram muita diferença”, conta Flavio Dias. Com base no lastro profissional, o executivo explica que o compromisso com a mudança é essencial e sintetiza alguns dos aspectos importantes no processo:
[n]1[/n] Consciência da importância do processo de transformação no altíssimo nível da empresa. É preciso embarcar de cabeça nessa jornada da transformação digital.
[n]2[/n] É importante ter próximo de você, dentro da empresa, o conhecimento de alguém que já passou fez isso ou trazer ajuda de fora, contratar profissional com essa experiência.
[n]3[/n] Identificar os potenciais agentes transformadores do negócio, independente do tempo na empresa e levando em conta sua capacidade de engajamento, para ajudar você a propagar o esforço e o empenho para a transformação.
[n]4[/n] Da mesma forma, identificar os agentes que, eventualmente, tenderão a trabalhar contra a própria transformação, causando embaraços desnecessários ao processo.
[n]5[/n] A agenda de comunicação é essencial, capaz de informar com clareza a visão e o propósito do projeto, bem com aspectos inspiradores e motivacionais.
[n]6[/n] Em paralelo a tudo isso, a agenda da capacitação do capital humano para fazer frente ao processo de transformação em curso.
[n]7[/n] Estabelecimento de novas métricas, capazes de orientar a direção dos resultados perseguidos e, da mesma forma, de indicar incentivos. Métricas que, basicamente, estejam aderentes à nova jornada que a empresa passa a buscar.
Segundo Flavio Dias, esses são alguns dos elementos comuns que o ajudaram de alguma forma nas diferentes jornadas de que participou e que vale a pena serem analisados e seguidos.
Por: Nilson Brandão Jr