O número de brasileiros fazendo compras via e-commerce pode se aproximar de cem milhões de pessoas este ano. A estimativa fez parte da abertura da terceira edição do GIC Amplia WebTalk, com o tema Processos essenciais, custos e vantagens do E-Commerce e do Marketplace, realizado pela GIC Brasil, no fim de outubro. Apenas para efeito de comparação, em 2013 eram cerca de 30 milhões de consumidores via plataformas digitais.
“Houve uma curva quase exponencial de crescimento de consumidores. A gente deve estar chegando perto dos cem milhões, o que forma a base para um varejo digital”, estima o Sócio-Diretor da BTR Educação e Consultoria e Presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. Ele foi moderador do evento, que também contou com a participação de empresários e executivos de tecnologia e varejo.
Fundador e CEO da GIC Brasil, Irineu diagnosticou que o modelo do varejo tem evoluído de forma extraordinária. “São números assim que mostram o crescimento e a transformação que estamos tendo no conceito do varejo nacional”, comentou, lembrando que tamanha expansão gera efeitos colaterais e novos desafios para a operação. Daí a importância de acompanhar de perto e com excelência todas as etapas das operações física e digital.
“A retaguarda da operação exige atenção”, explica o empreendedor. Ele destaca o quão essencial é atender o pedido com precisão, entender o item que de fato precisa ser enviado ao cliente, as etapas de separação, embalagem e expedição de produtos para entrega. Fernandes participou do webinar junto ao Diretor de Tecnologia do São Roque Supermercados, Tony Godinho, e ao Vice-Presidente de Tecnologia do Infracommerce, Fábio Veras.
Godinho conta que a separação de produtos nas vendas online favorece todo o fluxo do processo. “Gera satisfação muito grande para o cliente quando ele vê que houve uma separação de qualidade. A operação precisa estar bem treinada”, argumenta, lembrando, ainda, os desafios da ominicanalidade para o futuro. O executivo pondera quem, no futuro, o varejo seguirá operando com modelos híbridos, de forma integrada, e os clientes estarão presentes “tanto no físico quanto no digital”.
“O consumidor estará em todos os lugares. Ele não vai deixar de frequentar suas lojas, até para um passeio e fazer compras, mas vai estar com o celular na mão fazendo uma pesquisa dentro da loja, vendo preços, pesquisando quanto custa, entrando em sites. E sua marca pode estar também presente online, no marketplace, reforçando sua presença, agregando valor ao negócio”, comentou o diretor de tecnologia, durante o webinar da GIC Brasil.
O avanço das operações em canais digitais, e-commerce e marketplace também expande o tráfego de informações sobre o consumo. A gestão de dados torna-se essencial. “Há
toda a questão de inteligência. A partir da exploração dos dados do e-commerce junto com a área de gestão de categorias. Acho que ainda há um espaço enorme para as empresas trabalharem, de forma mais abrangente”, comentou o Vice-Presidente de Tecnologia do Infracommerce, Fábio Veras.
Ele concorda sobre olhar o e-commerce, o marketplace e qualquer canal forma muito integrada com o todo. “Acho que é o pensamento básico, vale a pena prestar a atenção”, comentou Veras. Como consenso, emergiu no debate a relevância de observar e analisar as grandes avenidas de fluxo de consumidores nos diferentes canais, testá-los e não somente se fixar em um só canal de venda, mas ter sua marca presente em vários canais, com vários parceiros de forma que o consumidor encontre um universo de possibilidades de interação com a marca.