É preciso refletir sobre a tecnologia no varejo nacional

GIC Brasil11/03/2023

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No final de 2016, fomos surpreendidos por diversas inovações tecnológicas aplicadas ao varejo. Todas elas prometem aos seus clientes benefícios que agregam valores gigantescos. A Amazon, por exemplo, lançou o seu modelo de lojas de supermercados que utiliza sensores impressionantemente tecnológicos, utilizados em veículos inteligentes como Tesla, para detectar os movimentos de seus clientes e contabilizar suas compras.

Na verdade, a Amazon vem surpreendendo e lançando novidades no varejo com uma frequência admirável: desde robôs inteligentes, que fazem todas as movimentações de produtos em seus armazéns, até a utilização de drones para fazer entregas de maneira quase online, além de venda proativa, em que eles analisam o comportamento de seus clientes e, baseado em seu histórico, mandam produtos em sua casa para que analisem se querem comprar. Caso não queiram, basta devolver os produtos sem custos.

Outro exemplo de tecnologia aplicada ao varejo é da japonesa Panasonic, que lançou uma cesta de compras inteligente. O cliente pode realizar a leitura do código de um produto por vez e adicionar à cesta de compras. Ao final, a cesta é colocada em um checkout e, automaticamente, dá lugar a uma sacola plástica. O pagamento pode ser feito no próprio caixa.

O cenário
Há muitos anos, o varejo brasileiro vem tentando inserir a tecnologia em suas operações como RFID, etiquetas eletrônicas, self checkout, além de outras soluções. O que acontece muito é que essas soluções acabam não fazendo muito sucesso em no País por terem custos elevados para sua implantação e, além disso, manutenção um tanto complexa e especializada.

Trazendo para o dia a dia, sabemos que os carros inteligentes são maravilhosos, ecologicamente corretos, econômicos, tecnológicos, interativos, arrojados e caríssimos. Imaginar esses veículos nas estradas brasileiras, no entanto, é complicado. Aqui, não temos faixas e nem boa pavimentação, nossas sinalizações não são das melhores, ou seja, como eu posso utilizar tamanha tecnologia, se não conseguimos dar o básico para o funcionamento dos veículos que possuímos hoje?

Assim é o nosso varejo. Vemos tecnologias fantásticas que atendem à demanda de outra realidade, com preços inacessíveis, e sonhamos com um público que se adapte a essa tecnologia quando, na realidade, não temos precificação e exposição corretas, não controlamos nossa operação e temos tecnologia nacional que pode atender às demandas reais do varejo brasileiro.

É preciso apoiar o desenvolvimento e a aplicação das novas tecnologias e ideias, mas, antes de qualquer coisa, é necessário amadurecer a tecnologia que possuímos hoje para que possamos integrar a tecnologia do amanhã. Tomara que essa batalha entre as gigantes continue e que, em um futuro próximo, possamos usufruir de todo esse desenvolvimento.

*Por Ivan Fernandes, diretor de operações da GIC Consultoria

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