Eficiência e produtividade, os ganhos da Transformação Digital

GIC Brasil11/03/2023

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Embora o primeiro tema que venha à mente quando se trata do assunto é o e-commerce, que teve avanço expressivo desde a pandemia, o processo da transformação é mais amplo. Ele envolve desafios que podem ser vistos por diferentes ângulos, como a inovação e a própria sustentabilidade do negócio, os capitais humano e tecnológico e se baseia em pilares que devem ser lembrados em pleno curso. Na velocidade atual de mudanças, identificar cada aspecto pode ser decisivo para avançar na lucratividade.

“Mais de um terço do ganho com a transformação digital está na agenda de eficiência e produtividade das operações como um todo”, disse Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira para o Varejo e Consumo (SBVC), citando estudo da Vortex/IMD. Terra foi o moderador do primeiro webinar da série GIC Amplia WebTalks, com o tema ‘A transformação do varejo e o papel das lideranças frente aos desafios digitais e humanos’, ocorrido em junho, com empresários, executivos e especialistas no varejo alimentar. A segunda edição será no próximo mês de agosto.

Fundada na década de 1960, no Brasil, a rede Enxuto de Supermercados acelerou o desenvolvimento de seus planos digitais a partir de 2020. Bruno Bragancini, Diretor Presidente do Enxuto, participou do evento virtual e compartilhou um aspecto essencial da experiência da rede. “Inovação e transformação digital estão necessariamente ligadas à sustentabilidade do negócio. É preciso ter disciplina e foco”, conta líder da rede de varejo. Tudo começa com o planejamento e dividindo bem as atividades, incluindo a alocação de atenção e tempo pela diretoria aos assuntos correntes e aos planos futuros em curso.

[n]Cenário latino-americano[/n]

“Estamos vivendo um momento de transformações gigantes. Percebemos isso claramente, o que coloca o varejo tanto no Brasil quanto na América Latina o varejo numa situação de obrigatoriedade de se adaptar a esse movimento. Não há outro caminho”, explica o CEO da GIC Brasil, Irineu Fernandes, que foi o anfitrião do WebTalks. O empresário reconhece que o varejo alimentar na região passa por uma “evolução fantástica” e aponta o desafio que considera crucial nesse momento: a integração do mundo físico, a retaguarda material, ao mundo digital.

“A gente percebe que ainda há uma certa desconexão do mundo digital com a retaguarda do mundo físico”, comenta Fernandes diante da constatação de que o volume de pedidos via canais digitais cresce a tal proporção que é preciso equacionar as etapas do processo físico interno ao ritmo da demanda. Isso não é trivial e vem exigindo empenho das redes do varejo alimentar. Na prática, a evolução não se limita à forma de comprar, mas engloba todas as etapas como pesquisa de produtos e preços, acesso a canais de venda, formas de pagamento, dentre outros.

A transformação digital é, assim, sistêmica. “Para quem ainda não tem a certeza de que precisa embarcar nessa jornada podem acreditar que não estamos lidando como uma moda. O digital é uma nova maneira de se trabalhar e o varejo está imerso nisso”. Foi o que comentou outro participante do evento GIC Amplia, Flavio Dias, que é ex-CEO da Via Varejo, Investidor em Startups e Conselheiro profissional. “Não há como manter os mesmos processos. Até mesmo os novos colaboradores que chegam para trabalhar chegam com um perfil diferente nesse momento”.

[n]Cultura digital[/n]

Dias analisa que a abordagem da transformação digital, na prática, tem três pilares fundamentais. Um deles trata de melhorar a experiência do consumidor. O segundo, naturalmente, as perspectivas de avanços estruturais em produtividade e eficiência. E finalmente, não menos importante, a possibilidade que se tem e o acesso a explorar novos modelos de negócios. “Para isso, é preciso pensar disruptivamente”, argumenta o executivo, que participou de processos de transformação digital em diferentes setores e players empresariais.

Como andar bem nestas três frentes? O executivo alerta que existe o risco natural de se confundir transformação digital com a simples digitalização de abordagem e iniciativas junto ao cliente. A alternativa a isso é permear a cultura digital dentro da organização e incentivar o ambiente de inovação, que envolve arriscar e eventualmente errar. O papel da liderança torna-se ainda mais essencial. “O que a pandemia fez e isso ficou claro, foi acelerar essa agenda de uma forma muito intens. Aceleramos alguns anos em poucos meses. Cinco anos em 15 meses, talvez”, acrescenta o moderador.

Eduardo Terra lembra que nesse período aumentaram o volume de transações digitais, a penetração de e-commerce e adoção da tecnologia, tanto por parte do consumidor quanto por parte das empresas, numa intensidade que não se imaginava anteriormente. “A tecnologia anda mais rápido do que as pessoas. Isso gera o desafio de aliar as agendas da cultura, das competências, da estrutura organizacional, que precisa andar junto da agenda da digitalização dos canais, das tecnologias, dos fatos. É assim que se constrói de fato uma agenda integrada e completa de transformação digital”, conclui

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