Executivos do varejo alimentar discutiram a importância da cultura organizacional para o sucesso das estratégias de negócio em 2023. Eles enfatizaram a necessidade de disseminar e fortalecer a cultura empresarial, reconhecendo e valorizando os colaboradores. Além disso, destacaram a importância da tecnologia como uma vantagem operacional e como uma forma de melhorar a experiência do cliente. A conversa também abordou a necessidade de estar presente no chão de loja, ouvir os funcionários e clientes e implementar ideias para melhorar o negócio.
“Minha recomendação é que os cargos de direção e gerência sempre se aproximem muito do piso de loja. As coisas acontecem no piso da loja, não no escritório. O escritório é crucial para o negócio, mas as coisas acontecem no piso de vendas”, conta o diretor de Operações do Tenda Atacado, Fernando Alfano. Ele conta que invariavelmente está pelo menos de quarta-feira a sábado nas lojas. “Converso muito com a equipe, o gerente, o repositor, o cliente”, revela o executivo.
O debate aconteceu durante o primeiro GIC Amplia WebTalk de 2023, um espaço para discussão das principais tendências para o varejo e análise do setor. Participaram, além do diretor do Tenda Atacado, o presidente do conselho do Barbosa Supermercados, Nelson Barbosa, e o CEO da GIC Brasil, Ivan Fernandes. A moderação ficou com o sócio da BTR Educação e Consultoria e presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra.
Os avanços digitais no setor e na sociedade receberam atenção dos debatedores. Um dos consensos justamente foi sobre a necessidade de preparar as equipes para lidar com tendências e desafios futuros. “Já há uma discussão sobre qual é o ambiente agora do digital. Na minha visão, vem uma nova onda em breve, com a disseminação da banda 5G. A inteligência artificial chega com muita força. Tem outros elementos que vão acelerar uma digitalização das pessoas, do mundo e, portanto, dos negócios”, disse Terra.
Eles destacam, também, que a cultura é o alicerce que garante uma boa execução da estratégia, assim como desempenha papel fundamental para o sucesso da agenda de transformação digital. “Temos investido bastante em tecnologia. Precisamos ter uma entrega diferenciada e a concorrência agora não é mais regional apenas. Procuramos valorizar o serviço, o atendimento, gerar encantamento. E quem vai fazer isso é o nosso colaborador, que precisa ser valorizado cada vez mais”, comentou o presidente do Conselho do Barbosa Supermercados.
Na prática, os executivos avaliaram que a tecnologia funciona apenas associada a uma agenda de gente. Daí, a importância e valorização das pessoas que trabalham no chão da loja. Já a tecnologia é vista como uma vantagem operacional, crucial para todas as equipes, mas também para o que chamaram de “garotada nova” que gosta de tecnologia e ajuda a implantar inovações nas lojas. A tecnologia traz dados em tempo real, o que monitora processos, impacta a rentabilidade e monitora processos.
Também falaram de como a tecnologia humanizada influencia desde a satisfação dos colaboradores até a experiência do cliente. Esse é o caso do sistema RUB de gestão automatizada, criado pela GIC Brasil. “Acredito que quem alinhar sua cultura, fazer o básico bem-feito, boas compras, boas negociações, treinar a equipe e deixar enxuta a operação conseguirá rentabilizar o ano de 2023 e terá fôlego para mais três anos”, conclui o CEO da empresa de inovação e tecnologia, Ivan Fernandes.