Com mais de 20 câmeras, microfones e helicóptero acoplado, depois da extraordinária viagem pelo espaço, a rover Perseverance alcançou o chão do planeta vermelho literalmente sozinha. Nos minutos finais de vôo, contou apenas com o próprio sistema automatizado de gestão, geolocalização e aterrissagem. Por meio da captura e reconhecimento de imagens durante a aproximação, comparações com o enorme banco de dados armazenados indicavam se chegava ao local correto, desacelerando em poucos minutos da incrível velocidade de quase 20 mil quilômetros para pousar. O que o varejo alimentar tem a ver com isso?
O processo crítico de chegada ao planeta foi determinado em 7 minutos, mas havia um atraso de 11 minutos nas comunicações com a Terra. Nada, absolutamente nada poderia ser feito remotamente caso fosse necessário, com suporte à operação da Perseverance na reta final. De forma resumida, estes minutos, que foram apelidados de os “sete minutos de terror” exigiram planejamento, desenho de processos, uma robusta plataforma de informações, capacidade de identificar desafios em tempo real e gerar tarefas de forma ininterrupta, para o sucesso de toda a operação. O elemento humano também foi e continuará sendo essencial não apenas nessa inovação, como em todos os avanços tecnológicos. O Futuro é Humano. É o que visionamos e acreditamos na GIC Brasil.
“Eu diria que a principal tecnologia que empregamos são as pessoas. A possibilidade trazida pelo cruzamento de diferentes vivências e experiências profissionais distintas com total liberdade é um dos motores do processo de inovação ágil”, conta o doutor em fabricação digital robótica pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Eduardo Lopes, Head of Inovation na GIC Brasil. Empreendedor digital, ele fundou em 2013 o Garagem Fab Lab, laborato?rio de fabricac?a?o digital pertencente a rede mundial iniciada pelo MIT, como o primeiro Fab Lab independente do Brasil. Lopes lidera o laboratório de inovação e pesquisa GIC Labs, responsável pelos desenvolvimentos tecnológicos da empresa principalmente hoje voltados para o varejo alimentar brasileiro e latino-americano. Guardas as devidas proporções, alta velocidade, pressão e ausência de margem para erros também integram o varejo.
[n]Viagem ao futuro[/n]
E as tecnologias ajudam. Muito. Não custa lembrar que o rover Perseverance viajou quase 480 milhões de km desde julho de 2020 até aterrar em fevereiro de 2021 em Marte. O lastro de experiência da equipe em projetos anteriores, inovações que se tornaram necessárias, capacidade de montagem de cenários, sensibilidade para leitura de dados, troca, apoio e colaboração dentro e fora da agência espacial americana, a Nasa, favoreceram o projeto. Cegou-se à tecnologia automatizada Navegação Relativa ao Terreno, para o fim da viagem. Por mais complexas que surjam, as novas tecnologias pretendem em comum tornar mais simples cada operação. Desenvolvida pela GIC Lab, a solução RUB faz o que chamamos de a Gestão do Chão de Loja, assim, simples, e com muita inovação embarcada.
O brasileiro Ivair Gontijo, que integra o projeto da agência espacial americana, explica os grandes objetivos do projeto, como as três etapas para trazer para a Terra material escolhido e coletado para análise. “Outros dois pontos que vão revolucionar nosso conhecimento é que estamos levando para Marte um equipamento que vai produzir oxigênio no planeta. Vamos coletar o CO2 marciano, quebrar a molécula e produzir oxigênio para respiração. Então, de certa forma, estamos preparando o caminho para os humanos, que um dia irão para a Marte. Vai ser a primeira vez que será possível trazer amostras escolhidas com a melhor tecnologia que a gente tem no momento”, afirmou em entrevista à imprensa1.
Muito se fala sobre a capacidade de ver. Os olhos são a janela para o mundo, mas também são a janela da alma. Olha-se para fora conforme se consegue enxergar para dentro! Se não nos conhecemos, não saberemos conhecer a missão ou executá-la! O que pode fazer sentido como filosofia de vida também funciona desde a busca da Humanidade por conhecer a si mesma e o que há em seu redor. Seria um corte profundo falar do varejo agora. Mas não é diferente. De nada adianta ter a operação vista ou até orientada de fora para dentro se você não consegue se organizar internamente e, partir de sua parte mais fracionada e precisa, construir a visão correta, apropriada e eficaz sobre como operar. Pense nisso.
[n][i]The Overview Effect[/n][/i]
O Homem viajou para a Lua na década de 1960 para descobrir o que existia fora do Planeta e conhecer o espaço lá fora, certo? Em princípio, sim. Só que ao mesmo tempo, ao chegar lá, ele descobriu algo que não havia talvez merecido a devida atenção. De maneira bem simplificada, nunca antes seres humanos havíamos haviam se visto de fora para dentro, do espaço para o planeta! Estudiosos dão nome a essa mudança de perspectiva de Overview Effect. Este shift ou mudança cognitiva foi relatada por alguns astronautas muitas vezes, enquanto viam a Terra do espaço sideral. Uma forma de ver o mundo, nosso mundo, mais à distância e menos colado nas fronteiras nacionais, suas disputas e conflitos, que nos tornam menos importantes. Mas como colaborar na criação de uma sociedade planetária e próspera.
1 Como será a missão do Perseverance, o robô explorador da Nasa que chega a Marte nesta quinta-feira | Ciência e Saúde | G1 (globo.com)