A expectativa do cliente mudou com o surgimento da pandemia da COVID -19 em 2020. Ele está mais refinado, exigente e ocupa cada vez mais o merecido lugar de “centro das atenções”. A análise é do Coordenador do Comitê de Prevenção de Perdas da Associação Catarinense de Supermercados (ACATS), Airton Said, quando reflete sobre os novos caminhos do varejo alimentar, riscos e desafios. O varejo vem desenvolvendo serviços e processos internos para atender às novas expectativas.
“O consumidor espera mais. Temos de lembrar que a expectativa do cliente, no fundo, é a ruptura zero. Ele quer encontrar na gôndola tudo o que planejou comprar. O que ele não encontrou pode representar uma perda de vendas e, não menos importante, um desconforto ao cliente”, analisa Said, reforçando que não basta retomar níveis históricos de rupturas, mas reduzir progressivamente os indicadores médios atuais na cadeia.
O executivo, que também é coordenador regional da Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe), lembra que mesmo antes da pandemia, iniciada em 2020, o setor viveu outra crise ligada à ruptura na operação. O ano era 2018 e a greve dos caminhoneiros impactou a economia de forma sistêmica, incluindo o varejo alimentar. “Isso afetou bastante a ruptura. O que podemos ver agora, este ano no mercado, é que tivemos o último pico de alta no início de 2021 e voltamos a uma média história”, explica Said.
Said participou em agosto do GIC Amplia Webtalk, que nesta segunda edição apresentou o tema Excelência na Gestão: Estoque Ideal e Combate à Ruptura, organizado pela empresa de tecnologia da automação para o varejo GIC Brasil. Antes, em maio, o executivo havia integrado o webinar Perdas em tempos de enfrentamento do Coronavírus, com a participação do Presidente da (Abrappe), Carlos Eduardo Santos, dentro do ciclo de palestras da programação da ACATS.
Os eventos foram dois dos principais em todo o setor, este ano, diante da relevância do tema da prevenção de perdas. O foco na rentabilidade e na lucratividade do negócio – independente do porte do varejo – são essenciais para a continuidade dos negócios. Problemas não enfrentados e logo resolvidos, como rupturas e perdas, prejudicam a equação de sucesso: a prevenção de perdas ajuda a preservar o caixa e o lucro da operação.
“A perda é inerente ao negócio, ruim não é somente perder, ruim é não ter uma estratégia de combate e de controle na empresa para minimizar seu efeito”. A perspectiva emergiu durante o evento da ACATS, junto com a importância de o setor de Preservação de Perdas assumir um papel de protagonista para dinamizar, de forma decisiva, o resultado das empresas. Daí a relevância da troca entre os principais agentes da cadeia do varejo alimentar.
No lugar de falar simplesmente em “prevenção de perdas” pode-se trocar por “proteção do lucro”, assim como no lugar de apenas se referir a “perdas”, é também possível agregar a ideia da “preservação do caixa”, conforme análise do Presidente da Abrappe durante o evento. “A prevenção de perdas é estratégica hoje para aumentar as vendas, para gerar mais caixa e para aumentar a rentabilidade”, conclui Carlos Eduardo Santos.