Quem não se lembra de quando era comum ver os repositores nos supermercados puxando mercadorias nos próprios carrinhos de compras até as prateleiras, organizando as mercadorias e colocando os preços, item a item, com uma maquininha? Ou quando era a hora de passar no caixa e a operadora digitava os preços dos produtos um a um?
Nessa época as filas demoravam uma eternidade e, ao final das compras, uma longa tira da bobina de papel, cheia de números sem nenhuma descrição dos produtos, obrigava as pessoas a tirar da bolsa uma calculadora para conferir se a somatória estava correta.
Já se foram cerca de trinta anos e ainda me lembro do tamanho da minha alegria quando vi um caixa com código de barras pela primeira vez. As filas eram muito mais rápidas, embora os códigos ainda não viessem impressos na embalagem (nem tudo era tão perfeito assim!).
Essa “nova tecnologia” teve a sua entrada no Brasil em meados de 1984 e, desde então, não conseguimos mais imaginar o varejo sem os códigos, a velocidade de leitura, a acuracidade na descrição dos itens e a padronização em toda a cadeia de suprimentos, desde seu nascimento até o seu consumo. Depois disso, me pergunto: qual outra grande evolução o varejo teve?
A indústria tem assimilado a tecnologia no seu dia-a-dia e incrementado sua produção monstruosamente. Os bancos têm se atualizado e sido responsável por alfabetizar digitalmente uma grande maioria da população brasileira. Afinal de contas, todos nós precisamos realizar depósitos, tirar extratos, sacar dinheiro e interagir com os caixas eletrônicos. E no varejo, qual a evolução visível ao cliente? Será o verificador de preços espalhados na loja, que às vezes funciona, outras não?
Pois bem, muitas iniciativas vêm sendo tomadas desde então como RFID (Radio Frequence Identification), etiquetas eletrônicas, personal shopping, omini channel etc… Mas, todas sempre sendo disponibilizadas e mantidas como testes, versões beta que ficam em apenas uma ou duas lojas, sem grandes novidades ou progressos.
O varejo tem brigado por margens cada vez mais apertadas de 2%, 3% ou até 4% de lucro nas vendas, mas não tem investido muito em tecnologia. Os mercados estão praticando uma insanidade. Sim, segundo Albert Einstein: Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Não estou falando em relação aos processos administrativos e comunicações com fornecedores, mas sim em relação à operação de lojas e contato com os clientes, que estão cada vez mais exigentes.
Atualmente, vemos problemas exatamente iguais aos que víamos há 30 anos; falta de informação sobre o produto para orientar o cliente, ausência de etiquetas de preços, ruptura de exposição, ruptura de abastecimento, problemas com validade, enfim, todos os problemas que sempre tivemos e com um agravante: hoje a tecnologia que entrega todos esses benefícios é 100% nacional e está à disposição do varejo. Um bom exemplo disso é a solução RuB™, que consegue dar visibilidade da loja aos gestores e é uma ferramenta para os repositores, estoquistas e (por que não?) aos clientes.
Através de um dispositivo eletrônico que fica em poder dos repositores é possível verificar o preço dos produtos, emitir etiquetas de preços atualizadas, realizar auditorias de presença verificando se o produto está realmente na área de venda, além de fazer tarefas simples como inventários, recebimentos de mercadorias, MIP (Movimentação Interna de Mercadorias), controle de tarefas para os repositores ou promotores e até tarefas de controle de validade.
Isso não é uma versão beta ou uma promessa de um produto que pode revolucionar o varejo. Estamos falando de fatos, de uma tecnologia que já se encontra instalada e funcionando em mais de trezentas lojas pelo Brasil, e que possibilita que o varejo entre, de fato, em uma nova era.
Com todas estas vantagens, os varejistas ainda veem este tipo de investimento como uma despesa. Mas, como podemos chamar de despesa algo que agrega valor ao cliente, faz com que sua operação de loja esteja visível e trabalhe de maneira inteligente?
Creio que a maneira mais inteligente de se melhorar a operação em loja e o relacionamento com os clientes, além de conseguir melhorar as margens, é a aplicação efetiva da tecnologia no dia-a-dia da loja, satisfazendo o cliente e tendo respostas cada vez mais rápidas sobre o negócio, online e em tempo real.
Hoje temos ferramentas que revolucionam o mercado tanto quanto o código de barras revolucionou na década de 1980. A competitividade é uma realidade cada vez mais incômoda e os varejistas precisam se conscientizar e cativar seus clientes, munindo-se de informações sobre a sua operação para que possa tomar decisões rápidas e eficazes.
Chega de insanidade no varejo, é hora de ser inteligente, investir e sair por cima da crise. Pratique investimentos na sua operação, forneça ferramenta a seus colaboradores, motive os seus clientes e melhore suas margens aos exemplos de outras áreas que já incorporaram tecnologia às suas operações.
Por Ivan Fernandes, Diretor Operacional da GIC
[email protected] | www.gicbrasil.com