Na trama, o CEO de uma rede de supermercados convoca uma reunião de diretoria e abre o encontro para tratar dos resultados da prevenção de perdas e da gestão de estoques nas lojas. Os resultados haviam sido positivos e ele desejava desenvolver ainda mais as duas ações.
Na vida real, o conceito da perda ampliada e estratégias para sua redução foram tema central do curso promovido pelo portal Prevenir Perdas, em parceria com a Abrappe (Associação Brasileira de Prevenção de Perdas) e apoio da GIC Brasil. Habitualmente, o varejo tende a cuidar concentrar o foco da perda mais em produtos, como itens danificados, fora da validade – mas elas podem ser bem maiores.
Administrador do portal e presidente da Abrappe, Carlos Eduardo Santos explica que a perda ampliada envolve uma série de fatores e circunstâncias do dia a dia do varejo. Alguns exemplos são as perdas de venda por falta de disponibilidade na gondola (a chamada ruptura de exposição), pela ineficiência de processos, financeiras (fraudes, erros de lançamento) e na gestão de despesas (mal dimensionada), dentre outras.
“Tenho defendido a necessidade de trazer para a discussão dentro do ambiente do varejo uma visão de prevenção de perdas mais ampliada”, afirma Carlos Eduardo. O executivo conta que as pesquisas realizadas indicam há grandes oportunidades para melhorar os controles externos no varejo em todos os varejos e, em particular, no alimentar. A importância do tema levou mais de cem pessoas a participaram do curso recém realizado.
Alguns números dão a dimensão do problema. O índice médio de perdas anuais no varejo é de 1,33% sobre o movimento total. Isso representa da ordem de R$ 23 bilhões, levando em conta estimativa da SBVC (Sociedade Brasileira de Consumo), com base em dados do IBGE. O volume bilionário não inclui o conceito de perda ampliada, que será alvo de futuros levantamentos. De certo, contudo, aquele valor se revelará ainda maior.
A ruptura de venda representa um dos maiores desafios. Diante da indisponibilidade de produto nas prateleiras, mais da metade dos consumidores desistem de realizar a compra. O impacto é direto. Sob outra métrica, o executivo dimensiona que a cada quatro pontos percentuais de maior assertividade do estoque as vendas do varejo aumentam em um ponto porcentual – o que não é pouco em um setor que roda enormes volumes diariamente.
Os indicadores reais devem ter inspirado o personagem interpretado por José de Abreu, na abertura da reunião estratégica da novela. “Vamos seguir, então, com o os números do programa de prevenção de perdas e os da gestão dos estoques, que, ao que parece, conseguiram reduziram o custo operacional das lojas”, disse o personagem, pedindo relatórios e orientando os diretores a ampliarem os resultados positivos.
Por Nilson Brandão | CONTEÚDO EVOLUTIVO