O conceito do metaverso é conhecido por quase dois terços das pessoas em países como Brasil (63%), Colômbia (63%), Peru (62%) e México (61%). Os resultados são de pesquisa da Ipsos, segundo a qual nos países emergentes é maior a familiaridade com a nova tecnologia. O metaverso transformará diferentes setores da economia e o varejo é uma delas. Já há estimativas de que o mundo virtual poderá movimentar trilhões no futuro em vendas e negócios na economia global.
De forma simplificada, os consumidores poderão interagir uns com os outros por meio de avatares e realizar atividades cotidianas no mundo virtual. Essas atividades incluem encontrar amigos, trocar informações e, sobretudo, realizar compra de bens e serviços. De alguma forma, o metaverso parecerá uma espécie de gêmeo digital do mundo real. Consumidores passarão parte do seu tempo navegando no mundo virtual, interagindo e experimentando uma realidade paralela.
O tema já chegou às redes do varejo alimentar. O metaverso é mais uma fronteira e etapa da transformação digital do setor, que, como outros negócios, precisou se modernizar rapidamente durante a pandemia. A matriz do Carrefour, por exemplo, informou que comprou um terreno virtual no universo Sandbox, do metaverso, para futuros experimentos e inovações.
Trata-se de um passo neste novo ecossistema de inovação. Desde o inicio do ano, a imprensa internacional divulga que o Walmart prepara a entrada no metaverso. O gigante americano informa que explora continuamente tecnologias emergentes para futuras experiências de compra. No Brasil, a rede Hortifruti Natural da Terra anunciou um novo canal de vendas, o Quintal Virtual.
Trata-se de um ambiente imersivo, que permite conectar a realidade do varejo físico ao digital, por meio da realidade virtual e da realidade aumentada. Com o uso de um óculos específico, o cliente poderá utilizar a solução presencialmente em uma loja piloto. O formato também será disponibilizado via site. No fundo, buscam-se novas formas de conectar o público consumidor à experiência de compra de formas disruptivas e inovadoras.
A pesquisa internacional da Ipsos foi realizada no segundo trimestre deste ano em 29 países, com 21 mil entrevistados. O estudo, chamado Como o mundo vê o metaverso e a realidade estendida, mostra que conhecimento sobre o tema metaverso é maior nos países emergentes. Além dos países latinos, é o caso de também de Índia (80%), China (73%) e Coréia do Sul (71%).
A pesquisa global foi elaborada para o Fórum Econômico Mundial. Os dados mostram que, globalmente, mais da metade das pessoas (52%) estão familiarizadas com o conceito do metaverso. O formato já vem sendo considerado um novo pilar do conceito do comércio omnichannel no mundo, dentro do conceito de fazer a gestão de experiências combinando lojas físicas, virtuais e no metaverso.
Outros setores da economia estão avançados mundialmente. Um deles é o financeiro. Fundado em 1799, o banco amerricano JPMorgan abriu uma sede virtual no metaverso, na plataforma chamada Decentraland. Outras marcas de atividades econômicas evoluem ainda mais. É o caso das empresas globais de varejo Forever21 e Nike, que já até criaram lojas virtuais. Varejistas se instalam no metaverso de olho nos lucros reais.
A expectativa é de que o mundo virtual da nova realidade paralela se infiltrará em todos os setores de alguma forma nos próximos anos, conforme tratamos em outro conteúdo do Blog da GIC Brasil. Lembrando que o metaverso hoje pode ser acessado em diferentes plataformas, que tenderão a se comunicar no futuro. Além do Decentraland, existem outras plataformas do metaverso como o Sandbox e o Roblox.
Segundo o principal executivo da Meta (ex-Facebook), Mark Zuckerberg, muito da experiência do metaverso será em torno da capacidade de se teletransportar de uma experiência para outra. Do ponto de vista comercial, um dos focos será, ainda, impulsionar o comércio eletrônico e as vendas no mundo real. Algo como lançar um produto no metaverso e, conforme a aceitação, produzir o item no mundo real.
Novos tempos na forma de produzir e fazer varejo.
Por: Nilson Brandão / CONTEÚDO EVOLUTIVO