Supermercados entram na Guerra da Ucrânia

GIC Brasil11/03/2023

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O conflito entre Rússia e Ucrânia espalhou-se pelas gôndolas de supermercados dentro e fora da região. Grandes redes do varejo alimentar americano e europeu decidiram banir produtos russos de suas prateleiras em represália à invasão russa desde o fim de fevereiro. Nos supermercados ucranianos, grandes filas se formaram para a formação de estoques domésticos por parte da população, preocupada com os efeitos e a duração da guerra em suas cidades. Na Rússia, redes estrangeiras de varejo alimentar e não-alimentar decidiram encerrar operações, por não aceitarem a guerra em curso. Como efeito, rupturas de operação, desabastecimento e queimas de estoque surgem, em maior ou menor grau, conforme a situação.

A suspensão da comercialização de produtos russos no exterior envolve redes de grande expressão. A Sainsbury’s, segunda maior rede britânica de supermercados, retirou da venda todos os produtos 100% provenientes da Rússia, em resposta à invasão russa da Ucrânia. Alguns exemplos são a vodka Russian Standard e as sementes de girassol pretas Karpayskiye. Rivais no mercado britânico – como a Aldi, Asda, Co-operative, Morrisons e Waitrose – também adotaram restrições semelhantes. A John Lewis Partnership informou à agência de notícias Reuters que também trabalha com seus fornecedores para revisar produtos que tenham componentes de origem russa.

Em um mundo interconectado, o que acontece a milhares de quilômetros gera impacto local. “Os governos vêm implementando sanções, no entanto, é interessante ver movimentos semelhantes do público em geral e de empresas independentes. A pesquisa da GlobalData revela que a fidelidade à marca é fortemente influenciada pelo alinhamento aos valores de uma pessoa. Isso coloca as marcas de vodka russas em uma posição precária, pois o conflito prolongado não apenas prejudicará as vendas imediatas, mas também poderá causar desilusão permanente contra as commodities russas no longo prazo”, explicou A analista de consumidores da GlobalData, Carmen Bryan, ao The Guardian.

As reações são variadas e de certa forma imprevisíveis. A rede de supermercados Sainsbury’s indicou que mudaria o nome de sua embalagem do frango kiev para kyiv, trocando o nome da antiga capital era soviética pela versão ucraniana. Nos Estados Unidos, há casos de lojas de bebidas e bares que suspenderam a venda de vodcas russas, com a Stolichnaya. Em seu lugar, passaram a oferecer vodcas originárias da Ucrânia, como a Vektor e a Kozak. “Não vendemos bebidas russas”, foi a frase de uma delas a clientes solicitando o produto do país invasor.

Um número crescente de empresas internacionais corre para cortar laços com a Rússia. A Nike, a Apple e a loja de móveis Ikea suspenderam operações na Rússia. “Estamos profundamente preocupados com a crise devastadora na Ucrânia e nossos pensamentos estão com todos os afetados, incluindo nossos funcionários, parceiros e suas famílias na região”, disse uma porta-voz da Nike à rede americana de televisão CNBC. A Ikea informou a decisão de interromper as exportações e importações de e para a Rússia e a Bielorrússia, bem como a produção e varejo na Rússia, onde conta com 15.000 empregados. “A guerra devastadora na Ucrânia é uma tragédia humana, e nossa mais profunda empatia e preocupação estão com os milhões de pessoas afetadas”, disse a Ikea em comunicado.

A rede de roupas íntimas e cuidado pessoal Victoria’s Secret alertou para o ambiente em torno do conflito em sua divulgação de resultados. O momento foi considerado desafiador em razão da inflação doméstica em alta e o que chamou de “potencial incerteza do consumidor com a recente agitação global”. Outra medida adotada por redes estrangeiras foi a doação de recursos financeiros a instituições de caridade para ajudar da crise humanitária da Ucrânica, que vem sendo bombardeada por forças militares da Rússia, com prédios e instalações destruídas.

Por: Nilson Brandão / CONTEÚDO EVOLUTIVO

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